Uma análise imediata da sociedade brenoriana na Era dos
Grandes Reis e Rainhas revelaria um quadro medieval. Contudo, a ciência e
tecnologia brenoriana no primeiro milênio após a queda de Piramar possui
características que dificilmente poderiam ser tidas como pertencentes a um
quadro medieval. Isso se deve principalmente ao conhecimento dos magos de
Lumerae, que estão fundamentados sobre os Doze Ensinamentos compilados por
Sirius, a partir dos tratados dos Antigos, registrados em lâminas de ouro, que
compõem o acervo da biblioteca da cidadela de Lumerae.
Na verdade, o conhecimento dos magos vai além do que a
humanidade, na Terra, reuniu na Idade Média. Os magos têm pleno conhecimento do
tamanho do Sol e dos planetas que orbitam em torno dele, e mais: sobre a origem
do Universo, da Relatividade e da Mecânica Quântica. Ademais, os magos têm
conhecimentos desenvolvidos sobre a Química (sabem sobre átomos, moléculas,
tabela periódica e reatividade), a Matemática (dominam o cálculo diferencial e
entendem de geometria fractal), a Filosofia (compreendem as questões sobre
realismo, causalidade, probabilidade, complementaridade e incerteza) e a Teoria
da Complexidade (dominam conceitos tais como dimensionalidade, auto-organização
e transições de fase).
Diversos conhecimentos dos magos estão, inclusive, além do
conhecimento da ciência humana na Terra no século XX. Exemplos disso é o
domínio do conhecimento sobre as propriedades que a água tem em reter
informação; o conhecimento sobre os mecanismos de transição da alma humana após
a morte, a Mecânica dos Sonhos e o segredo da navegação interestelar.
Contudo, o que fez com que a sociedade brenoriana pareça
confinada à Idade Média foi o decreto de Aaor, claramente impresso na primeira
das folhas de ouro de Lumerae, de que toda e qualquer iniciativa de
desenvolvimento da pólvora deveria ser coibida pelos magos, pois, se tal
conhecimento fosse apoderado por qualquer cultura da Micropella, um grande mal
se abateria sobre o planeta.
Assim, algumas facilidades tecnológicas que não foram
desenvolvidas durante a Idade Média na Terra estão presentes na Era dos Grandes
Reis e Rainhas, como os óculos e lunetas, motores a vapor e o lápis.
Além disso, o vasto domínio de conhecimento dos anjos torna
a situação da ciência e tecnologia ainda mais complexa, pois, na Setentriovíngia,
eles mantêm tecnologias avançadas, como usinas nucleares de fusão e tentam,
após milênios, recuperar o conhecimento sobre a construção de aparatos
interplanetários. Adicionalmente, Belial, o anjo renegado, desenvolve
protótipos avançados, que foram proibidos por Mitrax, como os hanumais, na
Mesovíngia Ocidental, contudo, respeitando o decreto de Aaor.